segunda-feira, 7 de maio de 2012

Chuva

O dia de hoje esteve assim, frente aos meus olhos. Tudo era chuva e neblina do lado de lá do vidro. Uma imagem tão romântica que parece mal; um quadro apaixonado de um qualquer pintor amante dos cenários naturais, bucólicos, aquáticos. Mas não. É apenas a visão do meu escritório, o modesto quartinho onde finjo que trabalho, escondida em horas de prazer, enquanto vos escrevo estas palavras. Petúnias banhadas pela chuva primaveril. O fundo afundado em águas miudinhas, que tudo transformam em gaze. A timidez de um arvoredo escondido sob um véu de gotinhas mornas, que cheiram a terra. O tic-tic-tic constante da chuva abatendo-se sobre a laje, alimentando a madeira, os ramos, as pétalas...e a nossa alma, por vezes sedenta de tardes abençoadas como esta, que me aconteceu sem aviso.

2 comentários:

  1. Rosário Ferreira Alves8 de maio de 2012 às 14:03

    tão bom...* :)

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  2. Maria João Martins8 de maio de 2012 às 14:03

    Há paisagens que nos tocam "sem aviso", e nos fazem sentir aconchegados por um abraço da natureza como se ela soubesse, exactamente, o que a nossa alma precisa.

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